Dudu

Hoje é dia do Pai.
Sou sincera, não gosto muito. Nem de dia do pai, nem de dia da mãe.
Como é óbvio tem uma razão. Eu sou uma sortuda, tenho pai e mãe, casados e mesmo com todas as dificuldades pelas quais temos passado, eles estão ali: prontos para estender a mão.
Mas há quem não tenha essa sorte. Há pais que não querem ser pais, que não sabem ser pais. Há pais que apesar de o ser, não se preocupam minimamente com os filhos; fizeram-nos e pouco mais. Há pais que por mais que amem os filhos, não o sabem demonstrar. Há pais que já não o são.
Eu tenho sorte! O meu pai, apesar de não ser muito de demonstrar sentimentos, gosta de mim, está cheio de saúde e sei que se um dia me faltar, é porque não lhe é mesmo possível.
Mas há imensos amigos meus cujos pais já cá não estão. Para esses acho que este dia, apesar de ser um dia de dupla saudade, é um dia em que dói muito mais. É um dia em que o coração fica muito pequenino e chora. Chora pela saudade e pelo que pai e filho foram juntos um dia. Chora, porque nunca mais vão poder repetir os momentos vividos e nunca mais estarão juntos. É triste. É triste e também a mim me dói. Dói saber que há amigos meus que não têm a sorte que tenho. Não consigo ser egoísta e pensar só em mim.
E há ainda as mães que se tornam pai e mãe ao mesmo tempo (e vice-versa). Verdadeiras heroínas que tentam ocupar todos os espaços dos corações dos filhos para que estes não sintam tanto a falta de quem lhes falta.

Aos verdadeiros "PAIS", um feliz dia para vós!