Uma camisa de ganga

Igual a todas as outras.
A maioria das mulheres quer queiram quer não, acabam por seguir tendências. Eu evito comprar a roupa que vejo em toda a gente para não me tornar igual a todas as outras, mas há vezes em que é muito complicado.
A história que venho contar é sobre uma camisa pela qual me apaixonei ao entrar na Stradivarius na semana passada ou lá o que foi. Era de ganga clarinha e tinha uns botões bonitos. A olhar para ela imaginei que seríamos muito felizes juntas e magiquei logo vários conjuntos possíveis. Levei-a para o provador e percebi que a que tinha escolhido não queria ir comigo para casa e que precisava de uma camisa maior para que os meus braços pudessem caber lá dentro. Agarrei na minha nova amiga e decidi levá-la a passear logo no dia seguinte.
Até aí tudo bem. Usei-a duas vezes, super orgulhosa com a minha nova compra e agora só penso: "PORQUÊ?"
Este aperto que me dá aqui é ver que metade da universidade tem uma camisa igual. No dia que a levei à universidade uma das minhas afilhadas disse logo que eu tinha uma camisa igual à dela (senti-me uma ursa, pois já a tinha visto com ela mais que uma vez). E no autocarro? É vê-las entrar com as suas camisas tal e qual a minha. Não gosto mesmo de usar roupa igual a toda a gente, parecemos um pequeno exército das camisinhas de ganga, o que é no mínimo irritante. Mas e agora, vou deitá-la fora? Vou dá-la? Não. Mas acreditem que vai tornar-se na camisa da ida ao supermercado ou para idas fugazes ao café.
Camisas de ganga deste Portugal, passem de moda bem rápido que eu quero poder usar a minha sem me sentir igual aquela fulana de que não gosto nada, à vizinha do andar de baixo, à minha afilhada (não leves a mal) e a tantas outras meninas com quem me cruzo.